Quarta-feira, 12 de fevereiro de 2024, 17:25, sentado em alguma lanchonete na rua Oscar Freire, em São Paulo, e esperando dar a hora de ir para casa após o rodízio de carro, ou seja, tenho tempo bastante para escrever sobre um assunto que vai me doer relembrar.
Vamos lá…
Já tentei educar meus filhos no grito.
Já tentei na velha forma do “faça o que eu digo, não faça o que eu faço”.
Já tentei apontar o caminho sem antes ter trilhado.
Já fiz de tudo, e quer saber?
Não funcionou nada.
Demorou, mas eu entendi que filho não escuta conselho... ele absorve exemplo.
Não adianta mandar ler se eles nunca te viram com um livro na mão.
Não adianta falar sobre disciplina se você mesmo larga as coisas pela metade.
Não adianta cobrar que sejam meninos/meninas de Deus se você é um turista na fé.
Eles não aprendem pelo que se fala. Aprendem vendo.
E eu aprendi isso de um jeito que me desmontou.
Luciana me olhou e disse:
“Tu quer que os meninos façam diferente, mas tu faz o quê?”
Silêncio. Engoli seco. Porque a verdade tava escancarada na minha cara.
A real?
A gente espera que os filhos sejam melhores do que a gente tem VONTADE de ser.
A gente quer que eles sejam responsáveis, mas vive dando desculpa.
Quer que sejam íntegros, mas faz vista grossa para as próprias falhas.
Quer que sejam respeitosos, mas acha que grito educa.
E vou te contar: não educa.
Filho não aprende pelo que a gente prega. Aprende pelo que a gente pratica.
O problema é que dá trabalho ser o exemplo e é mais fácil falar do que fazer.
É mais confortável mandar do que ser a referência.
Mas a paternidade/maternidade não dá espaço pra hipocrisia.
Teus filhos já estão te imitando. A pergunta é: no quê?
Já ficou claro: teus filhos já estão te "i-mi-tan-do”.
Mas agora vem a parte que dói mais…
Eles não estão olhando só pra ti como pai/mãe.
Eles estão vendo tudo o que tu faz como marido ou esposa.
E isso, meu amigo(a), é um peso enorme que muita gente ignora.
Porque não é só sobre o que tu ensina diretamente pra eles.
É sobre o que eles absorvem sem que tu perceba.
Se tu trata tua esposa com frieza, teu filho cresce achando que isso é normal.
Se tua esposa desrespeita teu papel como homem, tua filha cresce achando que esse é o padrão.
Se a rotina da tua casa é grito, descaso e distância, eles aprendem que casamento é isso.
E o pior: eles não só vão replicar esse comportamento nos próprios casamentos…
Eles também vão aceitar um cônjuge que trate eles do mesmo jeito.
→ Tu queria ver tua filha se submetendo a um homem que não dá valor pra ela?
→ Tu queria ver teu filho casado com uma mulher que menospreza ele?
Pois é.
Se tu não mudar a forma como vive teu casamento agora, esse pode ser o futuro deles.
Porque a verdade é dura, mas precisa ser dita:
Teus filhos vão amar do jeito que aprenderam a amar em casa.
E se o que eles veem é um casamento quebrado, sem respeito, sem cuidado, sem sacrifício…
Então é isso que eles vão levar pra vida.
Mas se eles veem um pai que honra a esposa…
Se eles veem uma mãe que respeita o marido…
Se eles crescem num lar onde o amor não é discurso, mas ação…
Então tu pode respirar mais aliviado.
Porque nesse caso, tu não tá só criando filhos.
Tu tá formando homens e mulheres prontos pra viver um casamento saudável.
A escolha é tua.
E para finalizar….Doeu em mim relembrar várias coisas enquanto escrevia a carta de hoje, mas agora, ao final, percebi que estou no caminho certo, porque tenho feito por Luciana exatamente o que quero que eles vejam, apliquem em suas casas e usem como exemplo para honrar suas esposas.
Eu fico por aqui hoje. Até a próxima carta.